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Motoristas profissionais mostram garra na estrada e nos cuidados com os filhos

Conheça histórias de mulheres que precisam conciliar a vida nas estradas com os cuidados e os desafios da maternidade

Por trás do volante de caminhões nas estradas, há mães que enfrentam desafios diários, como conciliar a profissão de motorista profissional no setor de transporte de cargas com os cuidados junto aos filhos, fora a saudade que bate mais forte a cada quilômetro percorrido. E nessa jornada, com curvas sinuosas e muitas direções, é preciso garra e amor para prosseguir em frente em prol da engrenagem da maternidade.

Há quase 12 anos como motorista na Transpedrosa, Danielle Rodrigues, 35, que é mãe de Mariana, de seis anos, roda por Minas Gerais para fazer a entrega de combustíveis. As viagens são diárias e feitas de acordo com a programação da empresa. Além de Belo Horizonte e região metropolitana, como Contagem e Nova Lima, os principais destinos são: Congonhas, Oliveira, Esmeraldas e São João del-Rei.

Vaidosa e cuidadosa, Danielle Rodrigues diz que quando sai para a estrada usa batom, protetor solar e mantém o caminhão sempre limpo e cheiroso por dentro. Também gosta de colocar um mangote rosa no braço para se proteger contra o sol.

Satisfeita com a profissão e “extremamente feliz” como mãe, Danielle Rodrigues diz que seu principal desafio é ficar longe da filha em função do trabalho. No entanto, apesar da distância, sente segurança em relação aos cuidados com a pequena, haja vista que conta com rede de apoio. “Ser mãe da Mariana é uma honra e uma benção de Deus. Eu só consigo conciliar meu trabalho com o papel de mãe porque tenho ajuda dos meus pais, que cuidam muito bem dela, ajudam nos estudos. Assim, consigo ir para a estrada tranquila”, ressalta.

Como forma de estar junto a filha, mesmo à distância, e matar a saudade, a motorista faz vídeo chamada pelo celular quando é possível durante as paradas. Danielle Rodrigues explica que o nascimento de Mariana mudou, completamente, a vida dela. “Ela é fruto de uma gravidez planejada e muito desejada por mim e meu marido. Sempre foi muito amada desde que fiz o teste de gravidez e deu positivo. Tive uma experiência do verdadeiro amor e de muita responsabilidade.”

Sobre o Dia das Mães, comemorado em 12 de maio deste ano, Danielle Rodrigues programa passar a data com a filha. “Espero não ter viagem no dia, para conseguir passar com elas esse momento tão especial”.

Já Sheila Rachide, mãe de Rafaela, 25, já soma 16 anos como motorista profissional. Ela transporta combustíveis e tem como rota: Minas Gerais, Goiás e São Paulo. Seus principais destinos são as usinas de álcool. Ao todo, ela percorre cerca de 6 mil quilômetros por semana.

No período que fica distante do lar, devido às demandas da estrada, Sheila Rachide conta com a ajuda da filha para organizar e realizar as tarefas rotineiras de casa. “Minha relação com a Rafaela é incrível. O companheirismo que desenvolvemos juntas é o que mais me deixa orgulhosa. Ser mãe é o melhor presente que Deus me deu, não me vejo sem ser mãe”, enfatiza.

Proveniente de uma família, majoritariamente, masculina, Sheila Rachide se orgulha de ser mãe é a única motorista de caminhão de nove eixos, cujo peso bruto da carga é de até 74t . “Meu maior desafio é ser mulher na estrada em função de hospedagem, banheiro etc. Não é uma experiência fácil, mas é recompensante. Minha maior vitória foi realizar meu sonho, ser motorista de nove eixos”. Ela diz, ainda, que o mais importante é mostrar para a filha que “ser mulher não limita nada”.

Em relação ao Dia das Mães , Sheila Rachide diz que, a cada ano, a comemoração à data é memorável. “Minha filha sempre me surpreende”. Neste ano, elas vão passar o dia juntas, aproveitando que a caminhoneira estará de férias.

Reconhecimento do setor

A Coordenadora do núcleo da Comjovem Belo Horizonte e Região, que integra o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Ana Paula de Souza, diz que o Dia das Mães é uma ocasião especial para reconhecer e valorizar as contribuições das mulheres no setor de transporte e logística.

De acordo com Ana Paula de Souza, proprietária da AD Souza Transportes e Logística e mãe de Samuel, 16, Heitor, oito anos, e do pequeno Augusto, de três anos, parcerias como o programa “Caminho para Elas”, que foca na qualificação profissional das caminhoneiras, e eventos como o “Vez e Voz”, que celebra e empodera mulheres no transporte, são exemplos de como o Setcemg trabalha, ativamente, para fomentar um ambiente de trabalho mais equitativo. “Essas ações não apenas reconhecem o papel crucial das mulheres como profissionais no setor, mas também como mães, que equilibram suas carreiras desafiadoras com a maternidade”, ressalta.

Ela lembra que, recentemente, houve progressos significativos em termos de infraestrutura e políticas de segurança para melhorar as condições das motoristas profissionais que enfrentam as estradas, como melhores instalações de hospedagem e banheiros mais seguros nas rodovias são exemplos de melhorias. Além disso, campanhas de conscientização e programas de apoio ajudam a combater a solidão e promover uma cultura de respeito e inclusão no setor.

Fonte: Setcemg

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