A exemplo de anos anteriores, o baixo investimento do governo federal em infraestrutura para o transporte sofreu uma nova queda e passou de R$ 8,69 bilhões, em 2021, para R$ 8,58 bilhões, em 2022. A quantia representa apenas 20% dos R$ 42,90 bilhões autorizados pela União em 2012, ano com a maior cifra em duas décadas. A análise faz parte do Radar da CNT sobre o Orçamento Federal, divulgado nesta segunda-feira, 14, pela Confederação Nacional do Transporte.
Na avaliação do investimento autorizado em transporte como porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB) entre 2001 e 2020, percebe-se um patamar baixo ao longo dos anos. Mesmo considerando o pico da série (0,52%), em 2012, esse percentual é significativamente inferior ao realizado, por exemplo, em meados da década de 1970 – época na qual o recurso federal para o transporte era próximo a 2% do PIB. Além disso, de 2015 a 2020, essa proporção tem se mantido menor do que a média da série (0,30%), tendo chegado a 0,13% em 2020 (último ano de cálculo fechado do PIB).
Na prática, se o valor do Orçamento deste ano destinado para todo o setor fosse integralmente executado só para ações emergenciais nas rodovias federais sob gestão pública, isso daria, no máximo, para cobrir cerca de 27% do capital necessário para restauração e reconstrução da malha rodoviária.
Apesar de o governo ter promovido concessões e permissões nos últimos anos, o país está diante de uma defasagem de investimento que exige uma revisão do papel do Estado como protagonista no direcionamento de recursos para o setor. Fazem-se necessários, portanto, o aumento dos recursos públicos para o transporte e a continuidade do processo de concessões. Ressaltando que o transporte é um serviço chave para elevar a eficiência e a produtividade da economia nacional.
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Fonte: Agência CNT Transporte Atual
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