Em 40% dos municípios de sete das principais regiões metropolitanas brasileiras, os transportadores encontram restrições aos caminhões. Metade dessas proibições se estende 24 horas por dia. A maior quantidade de restrições em período integral se dá em ruas e avenidas de Belo Horizonte/MG (81%); Porto Alegre/RS (70,6%) e Recife/PE (60%). As constatações são do estudo Logística Urbana: Restrições aos Caminhões?, divulgado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) nessa segunda-feira (16). Também foram analisadas as realidades de São Paulo (SP), Curitiba (PR), Goiânia (GO) e Manaus (AM).
Segundo o trabalho da CNT, além do período integral, também há restrições em outros períodos. No diurno, os impedimentos para o trânsito de caminhões nas regiões pesquisadas chegam a 24,5% das restrições. Já o período noturno corresponde a 13,3%. Os horários de pico, aqueles associados aos deslocamentos casa-trabalho e trabalho-casa, no início e no final do dia, possuem 11,9% de restrições.
Quanto ao percentual de proibições de circulação para caminhões em horário diurno, destacam-se Manaus (66,7%), Curitiba (33,3%) e Recife (30%). No período noturno, Goiânia (25%), Curitiba (22,2%) e Porto Alegre (17,6%). Por fim, nos horários de pico, as regiões com os maiores índices são Manaus (33,3%), Goiânia (25%) e São Paulo (24,4%).
O levantamento da Confederação aponta que, no total, foram identificadas 143 restrições em 76 municípios das sete regiões metropolitanas avaliadas. Entre elas, destacam-se as de circulação (quando o caminhão está proibido de trafegar na via), que ocorrem em 86% das regiões analisadas; de carga e descarga (quando o caminhão só pode estacionar no local, mas está proibido de fazer carga e descarga), que ocorrem em 9,8% dos casos; e as de estacionamento (quando o caminhão não pode nem estacionar e nem fazer carga e descarga, podendo, apenas, trafegar pela via), que acontecem em 4,2% dos municípios.
“Percebemos que esse excesso de restrições acrescenta ainda mais complexidade à realidade dos transportadores, o que afeta a distribuição de mercadorias para a população. É essencial que tenhamos uma padronização, sobretudo quanto ao tipo de veículos e aos horários em que eles podem trafegar em cidades próximas. Isso contribuirá para o planejamento e a gestão da operação das empresas que atuam nesses municípios”, explica o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista.
Entre as causas das restrições, estão o tráfego de passagem, que evita que os caminhões transitem pelas áreas centrais dos municípios; os congestionamentos; as limitações da capacidade do sistema viário devido à existência de ruas estreitas; e o impacto dos grandes veículos nos pavimentos das áreas centrais. As principais consequências das medidas são aumento do custo operacional do transporte; baixa previsibilidade da entrega das mercadorias; aumento da emissão de poluentes e ruídos; e riscos de acidentes.
FONTE: Fetcesp