Levantamento aponta acréscimo de 3,7% no valor do combustível e de 6,3% da gasolina.
Na semana passada, a Petrobras anunciou um novo reajuste no preço dos combustíveis nas refinarias, de 6,3% da gasolina e de 3,7% do óleo diesel. O oitavo reajuste desde janeiro deste ano, o que fez a gasolina encarecer 46,18% e o diesel 43,88% em 2021 para os distribuidores. Este aumento tem impactado o setor de transporte rodoviário de cargas, de modo que as empresas precisam repassar esta elevação ao valor dos fretes.
“A única forma de reagir é reajustando os fretes. Aliás, muitos contratos já preveem um gatilho no aumento do frete, portanto o custo logístico brasileiro será impactado fortemente”, explica Tayguara Helou, presidente do Conselho Superior e de Administração do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp).
A pedido do sindicato, o Instituto Paulista do Transporte de Carga (IPTC) elaborou uma pesquisa levando em conta os últimos reajustes. Segundo a pesquisa, a gasolina teve um acréscimo de 6,3% e o óleo diesel 3,7%, refletindo correções médias de R$ 0,16 e R$ 0,10 por litro, respectivamente.
Este cenário reflete diretamente no cotidiano das empresas de transporte, aponta Helou. “O óleo diesel é um dos principais custos de uma transportadora, especialmente para as empresas de carga lotação. Este tipo de combustível chega a representar 60% do custo da empresa, portanto gera grande impacto”, conclui.
Segundo o boletim técnico do IPTC, este último aumento sobre o preço do diesel na refinaria elevará os custos do transporte de cargas lotação em 12,57% na média geral, sacrificando mais as operações de longas distâncias (6 mil km) em 18%. Já para as operações de carga fracionada o impacto médio é de 4,87%.
Hovani Argeri, diretor geral de Operação da Via Trucks, concessionária DAF com unidades em Contagem (MG), Guarulhos (SP) e São Bernardo do Campo (SP), explica que para reduzir o consumo é preciso saber conduzir o veículo e também fazer a manutenção no tempo certo.
“Existe transportador que adia a manutenção para adiar os custos. Mas o que ocorre na prática é aumento do consumo e o transportador se coloca em risco de ter um problema e levar a um custo elevado por falta da manutenção preventiva, além de ficar sem o veículo que é um bem de produção parado. Outro fator é que hoje o motorista é um operador do veículo e deve operar dentro das normas de condução definidas pelo transportador e de acordo com as normas de condução econômica definidas pela montadora para o produto em específico”, disse o executivo.
Fonte: Monitor Mercantil
Retirado de: NTC&Logística